Floramedia Espanha e Portugal: 50 anos ajudando o setor a crescer
Em março de 1973, as estações de rádio tocavam as então vanguardistas canções de "The Dark Side of the Moon", o novo álbum da banda britânica Pink Floyd, os noticiários anunciavam a retirada dos soldados americanos do Vietnã, um vespeiro cruelmente pulverizado com Napalm. Em Espanha, nessa altura, viram-se os últimos anos da ditadura e o alcoyano Camilo Sesto liderou Los 40 Principales com "Amor, amar".
Entre essas vozes e imagens que flutuavam no ambiente e ocupavam os sentidos e a vida dos espanhóis, em março de 1973, Roberto Guillén constituiu formalmente Floraprint, a empresa que hoje é Floramedia Espanha e Portugal. Passaram 50 anos desde que Guillén iniciou o percurso do seu negócio no sector da horticultura que ainda estava fraldas na Península Ibérica. Nada a ver com o que aconteceu do outro lado dos Pirenéus, em países como a Alemanha - atravessada por um conhecido muro - e a Holanda, onde a cultura da jardinagem se traduziu em oportunidades de negócio como livros, bases fotográficas e etiquetas para plantas.
Guillén já havia concebido o germe da empresa dois anos antes, depois de entrar em contato com a empresa francesa Editions Floraisse, uma empresa que tinha uma extensa biblioteca de fotografias de flores e plantas que ele usava principalmente nas suas produções editoriais. Esta coleção fotográfica era propriedade da empresa alemã (embora sediada no Liechtenstein) Floraprint AG. Guillén começou a testar o mercado espanhol e as possibilidades de disponibilizar estas fotografias aos profissionais. O desembarque no sector ocorreria na primeira edição da Iberflora, em outubro de 1972, onde a Floraprint participou com o seu primeiro stand com o apoio da Floraprint AG e meses mais tarde, e em sociedade com a empresa-matriz, Guillén constituirá a Floraprint Espanha com sede na cidade de Valência. A partir daí, juntamente com Emilio Navarro, o rosto comercial da empresa desde o início, ele começaria a percorrer a Espanha para divulgar as possibilidades e as vantagens que este novo e atraente ativo comercial: a fotografia profissional especializada significava para o setor, para a apresentação e promoção de produtos de horticultura e jardinagem.
Primero logotipo de Floraprint na Espanha
Primero stand de Floraprint na Iberflora 1972
Um dos stands que a Floraprint Espanha oferecia para os seus primeiros serviços e produtos
Catálogo de produtos de Floraprint do final do anos 80 do século passado.
A primeira proposta comercial desta extraordinária coleção fotográfica centrou-se na produção de pacotes de sementes, lâminas para rosas e fruteiras à raiz nua, alguns catálogos para as empresas produtoras e comercializadoras de sementes e de árvores de fruto, além do mais a tradução, a edição e a distribuição em Espanha de livros sobre horticultura ornamental e jardinagem. Era então um negócio incipiente, com poucas empresas e com uma produção limitada à pequena escala em um mercado aonde Espanha tinha poucos pontos de venda especializados. Esse foi o modelo de negócio desenvolvido apenas na Espanha até 1988 quando começamos a explorar novas possibilidades comerciais em Portugal participando na primeira edição da Lusoflora e em 1990 quando foi criada a delegação portuguesa com Vítor Faria como delegado comercial.
Nessa época, os livros da Floraprint sobre horticultura e botânica já se tornaram autênticos "best-sellers" em Espanha, já que não havia muitas outras formas de encontrar esse tipo de conteúdo tão especializado de tal qualidade, graças à profusão de fotografias com que eram ilustrados. Efetivamente... A internet não existia e o conhecimento estava apenas em livros e alguns deles se tornaram verdadeiros manuais de cabeceira para o dia a dia dos profissionais e amadores do setor.
Anos 90: rumo à digitalização e diversificação de negócios
Em comparação com os atuais 15 trabalhadores, em 1994 a Floraprint trabalhava apenas com quatro pessoas. Nessa altura o sector começou a exigir etiquetas, principalmente para a venda de árvores de fruto em vasos e, em alguns casos, também para plantas com flores. Foi então que o atual diretor da Floramedia Espanha e Portugal, Julián Sáez, assumia o lugar de Guillén, incorporando com ele outros profissionais que, como ele, vieram do mundo do marketing e da publicidade. Este novo grupo humano e o seu diretor trariam à empresa a diversificação do negócio e dariam lugar à digitalização, mesmo sendo, ironicamente, demasiado avançados para o seu tempo.
Lançamento do GuíaVerde em 1997
Em 1996, o General Media Study estimou que 840 000 espanhóis tinham acesso à Internet. No entanto, esses números, embora ridículos em comparação com os atuais, representaram um aumento de 336% em relação ao ano passado. Neste contexto, a Floraprint lançou a criação do GuíaVerde.com, o primeiro diretório do sector verde na Internet. Esse primeiro site oferecia às empresas do setor a possibilidade de terem o seu próprio espaço online. Mas, como dissemos, a Floraprint estava muito à frente do seu tempo e a digitalização do setor ainda estava por vir. Após alguns anos em funcionamento, o projeto GuíaVerde foi congelado. No final da década de 90, houve dois marcos fundamentais para a empresa: a aquisição do diretório impresso "Cosagro" criado pelo valenciano José Luis Esteve, e a troca de nomes sendo que Floraprint passa a chamar-se Floramedia, como sinal inequívoco da sua vontade de ir além da produção gráfica e propor soluções e serviços em torno do incipiente mundo digital.
2000-2023: Duas décadas a ditar o ritmo
Os anos do novo século foram marcados pela criação de novas ideias para o setor e pela plena digitalização. Já no ano 2000 a Floramedia criou "Floravision", um precedente da atual Floramedia Picture Library, aonde as fotografias do nosso estúdio podiam ser consultadas online, o que significou um salto qualitativo e de eficiência em comparação com as dispendiosas seleções até à data, utilizando cópias impressas das fotografias organizadas em armários.
Uma das edições do popular MMD
Em 2006 foi realizada a publicação do "MMD", um livro que reúne as características e fotografias de até 2.500 plantas e que seria um sucesso comercial em Espanha e Portugal. Um grande passo para a empresa foi a constituição, em 2010, da divisão Floracom, criada para oferecer ao setor serviços especializados para além do mundo das produções gráficas, como estratégia de marketing, serviços de comunicação, branding ou web design. Nesse momento o GuíaVerde.com foi reativada como uma segunda tentativa de se tornar a plataforma de informação e meio de comunicação de referência para profissionais e líder do setor. Desde então e até agora, a Floramedia tem trabalhado para ajudar a abrir novos horizontes ao setor, andando de mãos dadas com mais serviços como vídeo, gestão de redes sociais, publicidade online ou oferecendo novos apoios ou materiais mais sustentáveis para satisfazer as necessidades da sociedade.
Este ano vamos soprar as 50 velas do bolo e embora seja melhor não dizer o que desejamos, neste caso vamos a ousar quebrar o hábito. Sopramos as velas, fechamos os olhos e recordamos com muito carinho toda essa trajetória de vida e profissional em que conhecemos magníficos profissionais. Sopramos as velas desejando, com todas as nossas forças, um grande futuro para o sector...Muito emmbora todos saibamos que o futuro do sector está mais do que assegurado graças às magníficas empresas e entidades do sector com as quais temos a sorte de colaborar todos os dias.
Obrigado.